Trabalho

Japão atinge recorde de pedidos de indenização por estresse no trabalho

O número de solicitações de indenização feitas por trabalhadores em virtude de doenças mentais relacionadas ao estresse no trabalho foi o mais alto desde que o Ministério começou a compilar dados a este respeito

Japão atinge recorde de pedidos de indenização por estresse no trabalho
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Um número recorde de pedidos de indenização por parte de trabalhadores japoneses afetados por doenças mentais oriundas de estresse no trabalho foi apresentado no ano fiscal de 2019, informou o Ministério da Saúde nesta última sexta-feira.

O número de pedidos chegou a 2.060, um aumento de 240 – ou 13% – em relação ao ano anterior, sendo que 509 foram atendidos. Os números de ambos os pedidos – os apresentados e os atendidos – foram os mais altos desde que o Ministério começou a compilar dados no ano fiscal de 1983.

As mulheres fizeram 952 solicitações, um aumento de 164 em relação ao ano anterior e superior ao número de solicitações feitas por homens. Entre as atendidas, 88 foram relacionadas a casos de suicídio e tentativa de suicídio.

Um total de 79 casos estão relacionados a bullying e agressão, enquanto 42 estão relacionados a assédio no local de trabalho, incluindo assédio sexual.

Por setor, 48 casos – o número mais alto – estão relacionados ao setor de assistência social e enfermagem, seguido de atendimento médico, com 30 casos, e transporte e carga, com 29 casos.

Os jovens parecem particularmente vulneráveis. As solicitações feitas por pessoas na casa dos 20 anos aumentaram em 100 com relação ao ano anterior.

216 solicitações estão relacionadas a danos cerebrais e cardíacos devido ao excesso de trabalho, com quase um terço registrado por trabalhadores de carga e transporte. Trabalhadores do setor de serviços e de alimentos também foram significativamente afetados.

Das 216 solicitações, 86 estão relacionadas ao karoshi, ou morte por excesso de trabalho. No Japão, a morte por doença cerebrovascular ou cardiovascular é atribuída ao karoshi quando um indivíduo trabalha mais de 100 horas extras por mês ou uma média de 80 horas extras entre dois a seis meses antes da manifestação de sintomas.

Observando a média de horas extras mensais dos solicitantes, 33 pessoas trabalharam entre 120 e 140 horas extras um mês antes da manifestação de sintomas, enquanto 73 pessoas trabalharam entre 80 e 100 horas extras entre dois e seis meses antes.

A solicitação foi atendida em nove casos de trabalhadores com horário flexível que envolviam doenças mentais, doenças cerebrovasculares ou cardiovasculares e um caso de karoshi. Os indivíduos trabalhavam como engenheiros de sistemas ou em outras áreas técnicas.

Leia em The Mainichi (em inglês)

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