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Paralimpíada: diversão, o segredo do sucesso da mais jovem medalhista japonesa, Miyuki Yamada

Aproveitar o momento e se divertir são lições valiosas para a vida da Paralimpíada

Paralimpíada: diversão, o segredo do sucesso da mais jovem medalhista japonesa, Miyuki Yamada
Yumi Saito Consultoria

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O fenômeno da natação japonesa, Miyuki Yamada, de 14 anos, fez história nas Paralimpíadas de Tóquio como a mais jovem medalhista do país, e diz que seu foco é aproveitar cada momento na piscina.

Yamada é a atleta mais jovem da equipe de 254 membros do Japão nas Paralimpíadas de Tóquio e conquistou a primeira medalha do país em casa, levando a prata nos 100m nado costas feminino na classe S2, a qual concentra atletas com severo comprometimento nos quatro membros ou grave lesão medular. 

“Estou muito animada e muito feliz. E, principalmente, gostei muito”, disse Yamada, estudante da província de Niigata, após sua prova no Centro Aquático de Tóquio.

Paralimpíada

“Eu estava nervosa, mas tentei ignorar esse sentimento e apenas aproveitar o momento. Então, acabei sendo capaz de nadar como sempre faço”, disse ela. “Eu quero me dar nota 100 (em 100).”

Nascida sem os braços e com pernas de comprimentos diferentes, Yamada nada chutando com força e usando o corpo para aumentar sua impulsão para frente. Ela terminou a prova em 2 minutos, 26,18 segundos, 9,57 atrás de Yip Pin Xiu, de Cingapura.

Yamada chegou 10 segundos à frente da veterana do México, Fabiola Ramirez, que estava competindo em seus terceiros jogos.

Ela se tornou a mais jovem medalhista paralímpica japonesa. O recorde anterior em uma Paralimpíada foi de Yoshinori Shimazu, que conquistou o bronze no atletismo masculino nos Jogos de 1984, de acordo com o Comitê Paraolímpico Japonês.

No entanto, a jovem atleta disse que nem sabia sobre o contexto histórico de sua medalha, até ser questionada sobre isso durante uma de suas entrevistas.

“Estou tão surpresa comigo mesma”, disse ela. “Quero dizer que dedicarei isso a todos que me apoiaram ao longo do caminho, que na verdade são minha mãe e meu treinador. Eles me disseram para me divertir, e quero que saibam disso”.

A história da atleta da Paralimpíada

Yamada começou a nadar aos 5 anos como forma de aliviar os sintomas de asma e ainda se lembra de considerar o esporte como uma forma de interagir com crianças de sua idade sem se sentir diferente. Desde então, ela desenvolveu uma visão admiravelmente saudável sobre a deficiência.

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“Eu acho que as deficiências são características individuais. Eu só acho que meu corpo mostrou minhas características de uma forma mais óbvia”, ela explicou.

Ela começou realmente a focar no esporte depois de assistir pela TV às Paralimpíadas do Rio de Janeiro 2016. Ficou emocionada com a forma como os atletas sorriam diante das câmeras. Então, ela jurou que um dia estaria nessa posição também.

Ela concilia sua carreira esportiva com seus estudos, se preparando para os exames de admissão do ensino médio em casa. Ela tem se concentrado em melhorar seu inglês como forma de se comunicar com atletas de outros países.

Sua carreira competitiva deu uma guinada em 2020, quando ela fez sua estreia internacional. Durante um encontro em Melbourne em fevereiro, ela foi classificada na categoria S2. Na S1, é surpreendente observar como alguém consegue nadar com pouco movimento de cabeça e de tronco. Já na S2, há pequena diferença comparando à classe anterior na questão dos movimentos.

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Desde então, ela quebrou o recorde nacional nos 100m e 50m nado costas e se colocou no caminho para o estrelato que alcançou no primeiro dia de competição dos Jogos de Tóquio.

Ela fez isso com uma obstinação que desmente sua idade.

“Não penso nos outros nadadores contra os quais estou competindo, porque não consigo vê-los quando nado”, disse ela.

Ela vai competir nos 50 metros costas feminino no dia 2 de setembro de 2021, onde prometeu se tornar a mais jovem medalhista de ouro do país.

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