O Japão iniciará a vacinação COVID-19 em locais de trabalho e universidades no dia 21 de junho para acelerar o ritmo do lento lançamento de vacinas no país, disse o porta-voz do governo.
O secretário-chefe do Gabinete, Katsunobu Kato, disse em entrevista coletiva que a data de início pode ser antecipada se o governo acreditar que há uma perspectiva de completar a vacinação em curso para aqueles com 65 anos ou mais antes da meta inicial do final de julho.
A expansão no número de locais de vacinação tem como objetivo “reduzir a carga sobre as comunidades locais e acelerar o ritmo de inoculação”, disse Kato, acrescentando que a vacina de duas doses desenvolvida pela empresa americana de biotecnologia Moderna Inc. será usada.
O novo plano de vacinação
O plano foi anunciado após dois centros de inoculação em massa administrados pelo estado, com pessoal das Forças de Autodefesa em Tóquio e Osaka, iniciarem as operações completas, atingindo suas respectivas metas de oferecer um máximo de 10 mil e 5 mil vacinas, respectivamente, por dia.
Inclusive, devido a falta de profissionais para aplicação da vacina, o governo considerou permitir que dentistas apliquem vacinas contra COVID-19.
As empresas e universidades determinarão quem será vacinado, disse Kato, acrescentando que os familiares dos funcionários provavelmente serão elegíveis para serem vacinados no mesmo local, ao mesmo tempo que recomenda que idosos e aqueles com doenças subjacentes tenham prioridade.
Segundo Kato, as empresas e universidades serão responsáveis por contratar pessoal médico para administrar as vacinas. A escassez de médicos e enfermeiras para realizar aplicação é um dos principais fatores por trás da lentidão do programa de vacinação do Japão, que está ficando bem atrás em relação a outros países desenvolvidos.
Desde que o programa de vacinação do Japão foi lançado em fevereiro, inicialmente para profissionais de saúde e depois expandido para os idosos em abril, apenas cerca de 7% dos 126 milhões de habitantes do país receberam pelo menos uma dose.
O governo planejou vacinar aqueles com doenças subjacentes, juntamente com aqueles que trabalham para asilos, após terminar a vacinação dos idosos, mas agora planeja que o lançamento para pessoas com menos de 65 anos prossiga ao mesmo tempo que para aqueles com doenças subjacentes, embora aquelas com doenças subjacentes recebam prioridade.
O desenvolvimento da vacina no país
Em meio às críticas por não conseguir obter doses suficientes do exterior, o governo elaborou uma estratégia nacional de longo prazo para o desenvolvimento de vacinas com o objetivo de facilitar a pesquisa e a produção domésticas para lidar com o coronavírus e outras pandemias.
“Do ponto de vista da gestão de crises, é extremamente significativo estabelecer um sistema que permite o desenvolvimento, produção e administração de vacinas desenvolvidas internamente”, disse o primeiro-ministro Yoshihide Suga em uma reunião de painel do governo, durante a qual a nova estratégia foi endossada.
De acordo com o plano, o governo buscará distribuir estrategicamente fundos de pesquisa para instituições para ajudar a promover o desenvolvimento de vacinas e comprar vacinas criadas por empresas nacionais.
O governo também irá considerar um sistema que permitiria a aprovação rápida de vacinas para lidar com emergências, observando como outros países respondem a tais crises, afim de modificar a sensação sentida pela população de que a forma de responder a tais cenários ficou a desejar. O reflexo disso pode ser visualizado na queda de aprovação do governo japonês.
A estratégia também exige que o Japão se envolva de forma proativa na Aliança Global de Vacinas público-privada denominada Gavi (Global Vaccine Alliance) e em outras estruturas internacionais relacionadas.
O Estado de Emergência em Tóquio, Osaka e sete outras províncias foi prorrogado por mais três semanas, até o dia 20 de junho – pouco mais de um mês antes do início das Olimpíadas na capital – já que o sistema médico continua sob forte pressão em meio a quarta onda de infecções.