Bem-Estar

Estratégias japonesas para a saúde e boa forma

Conheça alguns segredos orientais simples, que você pode aplicar no seu dia a dia

Estratégias japonesas para a saúde e boa forma
Yumi Saito Consultoria

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Parte da série Matérias Especiais, em 75 posts

O Japão é um país com a maior expectativa de vida do mundo. A média é de 86 anos, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde). Ao que se deve tal condição? Seria a alimentação? Qualidade de vida? Clima? Pessoas ativas? São questionamentos que vêm à tona em relação à longevidade desse povo. Além disso, outro fato que chama a atenção para a terra do sol nascente é o corpo magro das mulheres japonesas.

Como os japoneses viveriam em dieta low carb em um lugar que a base da alimentação é o arroz? Como as mulheres se mantêm magras fazendo yoga? Parece que comer arroz não é o que engorda e que não precisa de duas horas pulando em uma cama elástica para ter um corpo magro.

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Então será que as informações difundidas sobre alimentação e exercícios com o objetivo de emagrecimento estão errados? Infelizmente há muita inverdade sobre este tema – complexo – circulando nas mídias, porém o que se precisa entender é que o emagrecimento é uma consequência crônica, depende de adaptações do organismo, e isso leva tempo. E também, é necessária a compreensão de que não existe uma fórmula exata, uma única coisa a se fazer, mas sim, um conjunto de ações, em equilíbrio, para o efeito do emagrecimento.

No entanto, há três coisas que os japoneses fazem, as quais  resultam em saúde e boa forma. Elas são:

1 – Adaptar o corpo ao clima

Os japoneses mantem o aquecimento interno do corpo devido ao tipo de alimentação, a qual a maioria dos preparos são de forma cozida, geralmente com gengibre ou missô, o que ajudam para uma melhor digestão e circulação sanguínea. Além disso, os nipônicos dão preferência aos legumes, verduras e frutas da estação, assim obtendo o máximo de sabor dos alimentos e mantendo o corpo acostumado à temperatura da época.

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Portanto, é importante que a comida seja de fácil digestão para o equilíbrio corporal. Em relação aos alimentos crus – vegetais, peixes e frutos do mar –  é ideal consumi-los em meses de verão, quando nosso corpo mais precisa se resfriar.

2 – Banho quente em imersão  – Ofurô

Faz parte da cultura japonesa fazer ofurô – banho quente na banheira-  regularmente, por cerca de 20 minutos em água entre 38 e 42 graus de temperatura.

O banho quente em imersão está associado a benefícios a saúde e ao gasto calórico. Sobre isso, um estudo da Universidade de Loughborough, na Inglaterra, denominado “The effect of passive heating on heat shock protein 70 and interleukin-6: A possible treatment tool for metabolic diseases?” investigou o efeito do banho quente no controle do açúcar no sangue e no gasto de energia.

Para isso, foram designados 14 homens para fazer uma hora de imersão em banho quente a 40 graus de temperatura ou uma hora de bicicleta, depois, foi verificado o gasto calórico em cada sessão e o nível de açúcar no sangue por 24 horas após cada atividade.

O resultado foi que pedalar gastou muito mais calorias em comparação ao banho quente, já o banho quente, teve o gasto calórico igual a uma caminhada de meia hora. Em relação aos níveis de açúcar no sangue, a resposta foi igual para ambas atividades, mas depois da ingestão alimentar, o pico de açúcar sanguíneo foi 10% menos para os participantes que fizeram banho quente comparado aos que se exercitaram.

Outros benefícios do banho quente é a melhora da pressão arterial em adultos sedentários, melhora da função hemodinâmica e diminuição do risco de morte por doenças do coração, investigados nas pesquisas de Laukkanen (2015) e Brunt (2016).  

Além disso, o banho quente em imersão tem o efeito relaxante, o que ajuda na qualidade do sono e no controle do estresse, fatores que precisam estar alinhados à alimentação e aos exercícios físicos adequados para se ter um melhor aproveitamento dos resultados quando o objetivo é saúde e emagrecimento.

3 – Horas de exercícios

A ideia de “quanto mais, melhor” não se aplicada ao treinamento físico em seus diferentes objetivos, como saúde e qualidade de vida, desempenho esportivo e estético.

O excesso nos exercícios faz altos níveis de hormônio cortisol ser liberado na corrente sanguínea, sendo que esse hormônio quando elevado, está associado ao estresse, à baixa imunidade e à dificuldade na oxidação de gordura, por exemplo, aspectos que atrapalham a obtenção dos benefícios que a prática de exercícios é capaz de gerar.

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Por isso as atividades físicas precisam ser equilibradas, adequadas e ajustadas de acordo com as necessidades e objetivos individuais. É melhor ter consistência, fazer pouco mas com frequência do que exagerar na dose de exercícios em um dia e depois ficar parado por tempos.

Nesse sentido, pertinente às praticas do dia a dia, uma caminhada, alongamentos e yoga, que são muito comuns entre as japonesas, podem contribuir para a melhoria da saúde, manutenção da forma física e até mesmo para o emagrecimento.

Se dê uma chance!

Apesar do amplo acesso às informações sobre saúde é a forma como elas são  interpretadas e colocadas em prática que faz a diferença nos resultados. A respeito disso, os japoneses entenderam que é possível saborear deliciosos pratos sazonais, comer arroz e ainda ser magro.

Se deseja desfrutar de boa comida e mesmo assim estar em boa forma, comece a incorporar vegetais da estação em sua alimentação, faça ofurô regularmente e encontre exercícios que sejam prazerosos de praticar.

Referências :

Brunt VE, Howard MJ, Francisco MA, Ely BR, Minson CT. Passive heat therapy improves endothelial function, arterial stiffness and blood pressure in sedentary humans. J Physiol. 2016;594(18):5329-5342. doi:10.1113/JP272453

Laukkanen T, Khan H, Zaccardi F, Laukkanen JA. Association Between Sauna Bathing and Fatal Cardiovascular and All-Cause Mortality Events. JAMA Intern Med. 2015;175(4):542–548. doi:10.1001/jamainternmed.2014.8187

S. H. Faulkner, S. Jackson, G. Fatania & C. A. Leicht (2017) The effect of passive heating on heat shock protein 70 and interleukin-6: A possible treatment tool for metabolic diseases?, Temperature, 4:3, 292-304, DOI: 10.1080/23328940.2017.1288688

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