Em dias de folga, feriados e “quarentena”, quem toma bebidas alcoólicas tem uma tendência a consumi-las ainda em maior quantidade. Em relação a isso, aqui no Japão, foi verificado que aumentou o número de vendas de cervejas em lata, já que a maioria das pessoas não está saindo de casa devido ao coronavirus, foi o que indicou uma reportagem da emissora NHK.
Muito bem! A população parece que está se cuidando contra o vírus (claro, com as exceções que fazem aparecer novos casos de contaminação por Covid-19), mas e a saúde no geral, como fica com o consumo de álcool?
A ingestão de grandes quantidades de bebidas alcoólicas leva a vários distúrbios funcionais e lesão de órgãos no trato gastrointestinal. Esses efeitos prejudiciais do álcool são frequentemente a causa de queixas, como azia, sintomas de dispepsia (má digestão) e diarreia.
Exemplos de lesões mais pronunciadas que podem ocorrer mesmo após um único episódio de consumo excessivo são na mucosa na junção do esôfago e do estômago e erosões hemorrágicas no estômago e/ou no duodeno, a primeira porção do intestino, que pode levar a sangramentos.
No intestino delgado, o álcool interfere na absorção de nutrientes, como: glicose, aminoácidos, lipídios, água, sódio e vitaminas, situação que pode contribuir para deficiências nutricionais frequentemente observadas em pessoas que consomem bebidas alcoólicas.
O abuso crônico de álcool aumenta acentuadamente a prevalência de crescimento bacteriano no intestino delgado. Estudos em humanos e animais sugerem que a lesão da mucosa (tecido que reveste o intestino) juntamente com o crescimento bacteriano, favorece a permeabilidade da mucosa às macromoléculas, como as toxinas bacterianas no sangue. Isto é: mais deslocamento de bactérias para o sangue e inflamação. E quanto maior é a inflamação, menor é a ação da insulina (hormônio responsável pelo controle da taxa de glicose no sangue) no músculo, o que favorece o ganho de gordura. Além disso, a inflamação causa dano e até morte celular (apoptose, necrose) no fígado e em outros órgãos.
O abuso crônico de álcool é um dos fatores de risco mais importantes para o desenvolvimento de câncer de língua, laringe, faringe e esôfago. Em muitos países, o abuso de álcool é a principal causa do desenvolvimento de pancreatite crônica, episódio diagnosticado em cerca de 20% a 50% das pessoas que tem/tiveram consumo de álcool em excesso.
Os malefícios não param por aqui. Veja:
• 95% do álcool consumido é convertido em gordura no fígado;
• O intestino demora 3 dias para se recuperar do consumo de 2 doses de álcool;
• Diminui a produção do neurotransmissor serotonina, piorando o humor, o sono e aumentando os radicais livres;
• Alterações hormonais que pioram a libido, ganho de massa muscular e emagrecimento.
Reduzir o consumo de álcool é possível. Atente-se à estratégia: Intercale as latas de cerveja ou as doses de álcool com água com gás, saborizada com alguma fruta. Isso manterá a hidratação e principalmente, afastará a próxima dose.

No entanto, o ideal é aprender a se divertir sem álcool. Buscar também novas amizades onde o lazer não gire em torno do álcool, sem abandonar os antigos amigos e autodeterminar quando vale a pena consumir o álcool.
Em resumo, pense na sua saúde como um todo. Quanto menos álcool, melhor!
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Yumi Saito
Cref. 001797G/PA
Fundadora de YUMI SAITO SPORTS LIFE & CONSULTORIA, é professora de Educação física, especializada em educação especial. Tem 11 anos de experiência em treinamento de grupos especiais e educação física escolar.
Desenvolveu a metodologia YUMI SAITO SPORTS LIFE, onde uniu conceitos de fisiologia do exercício e Pedagogia aplicada à Educação física.
Apaixonada pela profissão, tem como missão ajudar pessoas a alcançarem seus objetivos através de técnicas simples que se encaixam perfeitamente em alguns minutos do seu dia.
Referência:
Bode JC, Bode C. Alkohol, Gastrointestinaltrakt und Pankreas [Alcohol, the gastrointestinal tract and pancreas]. Ther Umsch. 2000;57(4):212-219. doi:10.1024/0040-5930.57.4.212