Entre as coisas mais bonitas do Japão está o Kimono, o traje nacional do país e a roupa usada na maioria dos eventos tradicionais. A palavra 着物 – quimono, que significa literalmente “coisa de vestir”, vem do verbo kiru 着る, “vestir”, e o substantivo mono 物, “coisa”. É usado com vários outros acessórios, como o obi, sapatos zōri e meias tabi.
O quimono é feito a partir de peças de tecidos retangulares, com 38 a 42 cm de largura e 12,5 m de comprimento. Esse tipo de corte, em linha reta, tem muitas vantagens: são fáceis de dobrar, são adequados para qualquer clima, (podem ser usados em camadas para fornecer calor no inverno) e são adequados para qualquer tipo de corpo. Essas vantagens ajudaram os quimonos a fazerem parte da vida cotidiana do povo japonês.
Os diferentes tipos de quimono indicam a idade, o sexo, a formalidade da ocasião e até o estado civil de quem o veste. Os tipos de quimono podem variar segundo a formalidade da ocasião, desde as extremamente informais até as mais formais. Mas uma coisa não varia: é uma peça em forma de T, envolta no corpo, o lado esquerdo sobre o direito. O lado direito sobre o esquerdo é usado apenas para vestir os falecidos.
Atualmente, o quimono é pouco usado no dia a dia, sendo reservado para algumas ocasiões, como casamentos, cerimônia do chá, funerais e eventos reais.
As pessoas que usam quimono com mais frequência no dia a dia são homens e mulheres mais velhos, que provavelmente cresceram usando-o diariamente, e as gueixas, maikos e lutadores de sumou, que precisam usar trajes tradicionais quando aparecem em público.
Os primeiros modelos do que viria a ser o quimono de hoje foram introduzidos no Japão por meio do intercâmbio de imigrantes, entre a China e o Japão durante o período Kofun. A China da dinastia Tang era fascinante devido à natureza culta, às artes, arquitetura e vestimentas. A corte imperial japonesa rapidamente adotou o estilo chinês do vestuário.
Durante o final do período Heian (794 a 1185), os fabricantes de roupas chegaram a uma variação de quimono de “manga pequena”, chamada por kosode, anteriormente considerada roupa de baixo. O kosode era um tipo de vestimenta unissex, fácil de usar e infinitamente adaptável a todo tipo de corpo.
O kosode desempenhou um papel particularmente importante nesse período, pois todo o povo japonês usava-o independentemente do status social, idade ou sexo. Então, para expressar sua individualidade e se “descrever”, os usuários adotaram maneiras de personalizar seus kosode.
À medida que a prática de usar quimonos em camadas entra na moda, o povo japonês começa a prestar atenção na aparência de quimonos de cores diferentes e desenvolve várias combinações que podiam representar cores sazonais ou a classe política à qual a pessoa pertencia. Foi durante esse período que o refinamento das combinações de cores tradicionais japonesas se desenvolveu.
Estilo, escolha de padrão, qualidade do tecido e da tinta, técnica e cor foram critérios essenciais para apresentar a classificação, idade, sexo e posição social da pessoa envolvida. Durante este período os quimonos mais luxuosos e complexos foram elaborados para os integrantes da nobreza do Japão.
Cada vez mais os fabricantes aprimoraram o seu ofício, e a produção dessas peças únicas cresceram em forma de arte. Não é exagero dizer que o quimono fez parte da história do processo artesanal no Japão, com seus bordados, brocados e técnicas de tingimento.
Os quimonos se tornaram tão valiosos que os pais os entregavam aos filhos como herança de família.
Durante o período Edo (1603-1867), as mangas do kosode começaram a crescer, especialmente entre as mulheres solteiras. Os obi se tornaram muito mais longos e amplos, e seus vários estilos de amarração tornaram-se tendência, juntamente com o emprego de tecidos mais rígidos. Um obi é uma faixa para manter o quimono fechado, varia de 10cm a 30cm de largura, e pode ter o comprimento acima de 4 metros. Um obi pode custar mais do que todo o traje, dependendo da quantidade e qualidade do bordado.
Durante o período Meiji (1868-1912), o kosode evoluiu para o quimono que conhecemos hoje e passou a ser usado predominantemente por mulheres.
Durante a era Meiji, com a abertura do Japão ao comércio ocidental, a utilização do vestuário ocidental passou a ser sinal de modernidade. As roupas ocidentais rapidamente se tornaram inclusive um padrão para o uniforme do exército para homens e uniforme escolar para meninos, e entre 1920 e 1930, a roupa no estilo marinheiro substituiu o quimono e o hakama como uniforme escolar para meninas.
No mundo ocidental, jaquetas femininas em estilo quimono, semelhantes a um cardigã casual, ganharam destaque do público como item de moda em 2014.
E você pode alugar um quimono tradicional e passear pelos bairros de Tóquio!
Na Aki Kimono Rental, por exemplo, o aluguel custa a partir de ¥ 6.600 nas lojas de Shibuya e Ginza. De junho a setembro, você pode alugar o yukata (quimono de verão) a partir de ¥5.500. No plano básico alguém irá vestir você, pois isso exige experiência. Há também opções adicionais, como penteado, sessão de fotos e até mesmo um plano com refeição tradicional em um restaurante conveniado nas proximidades (apenas Shibuya) – a um custo adicional a partir de ¥ 3.300. Observe que, independente do plano que você escolher, além do valor total da sua escolha, você terá que deixar um depósito reembolsável a partir de ¥ 3.000 antes de sair com o quimono escolhido.