Comportamento

Universitária japonesa luta por acordo justo para produtores de cacau em Gana

O encontro de uma estudante universitária japonesa com o ponto fraco da indústria do chocolate de Gana, destruiu a imagem romântica de seu doce favorito

Universitária japonesa luta por acordo justo para produtores de cacau em Gana
Desbravando o Japão

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Gana
Foto: Kyle Hinkson – Unsplash

Ai Taguchi não viu o chocolate do mesmo jeito desde que voou para Gana, o mundialmente famoso produtor de grãos de cacau na África, para ver como era produzido. Os grãos de cacau são ingredientes essenciais para fazer chocolate

“Eu amo chocolate, mas não sabia nada sobre o que estava por trás dele”, disse Taguchi.

Em Gana, as coisas não eram como ela imaginava

As condições eram muito terríveis na fazenda de cacau que Taguchi visitou. A universitária testemunhou a mãe de uma família morrer de malária porque não podia comprar remédios. Os fazendeiros estavam tão desesperados para ganhar um pouco mais de dinheiro que Taguchi percebeu que eles colocavam pedrinhas dentro dos grãos de cacau para que pudessem ser vendidos mais caro – embora a diferença em dólares fosse muito pouca.

Estava longe do que Taguchi esperava, pois, quando criança, ansiava por receber “chocolate em papel de embrulho brilhante” na casa de seu bisavô.

Ela cresceu associando o sabor doce do chocolate como alimento confortável que a encorajou e consolou em muitas ocasiões.

Se perguntando que tipo de pessoa estava “fazendo uma coisa tão deliciosa”, Taguchi foi para Gana com o salário de seu emprego de meio período, três anos atrás.

Mas o que a esperava ali era a dura realidade dos cacauicultores que lutam na extrema pobreza. Devido ao controle de qualidade insuficiente, suas colheitas foram compradas a preços excessivamente mais baixos.

Ela não suportava ver isso continuar.

Procurando uma maneira de ajudar os agricultores, ela concluiu que, se eles cultivassem grãos de cacau de melhor qualidade, isso lhes renderia preços melhores, uma vantagem para os produtores ganenses e consumidores japoneses.

Ela então tomou medidas para estabelecer uma prática de comércio justo em Gana.

Enquanto estudava na universidade, Taguchi visitou plantações na Indonésia e em Taiwan para obter conhecimento sobre a cultura do cacau. Ela manteve conversações com o governo de Gana, que então comprou cacau a um preço predeterminado.

Usando o dinheiro de uma campanha de crowdfunding e do trabalho em meio período, Taguchi abriu uma fábrica de chocolate em Gana. Ela começou a vender chocolate no Japão com sua própria marca original Maaha no início deste ano.

Taguchi disse que não consegue esquecer os sorrisos dos cacauicultores que conheceu em Gana quando os viu comer chocolate pela primeira vez na vida.
A maioria dos fazendeiros que ela conheceu “não sabia o sabor do chocolate”, disse Taguchi, que por meio de seu trabalho conquistou a firme confiança dos residentes locais na comunidade agrícola e atualmente passa metade do ano em Gana.

Leia em Asahi (Inglês)

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