O governo japonês disse no domingo que continua comprometido com a remarcação das Olimpíadas e Paralimpíadas de Tóquio neste verão, reagindo a uma tempestade da mídia internacional provocada por comentários de um de seus ministros. “Decidimos os locais e a programação (para os jogos), e as pessoas envolvidas estão trabalhando nos preparativos, incluindo o controle de infecções”, disse o secretário-chefe de gabinete Katsunobu Kato, porta-voz do governo, em um programa de televisão.
As garantias de Kato vieram depois que a Reuters citou o ministro da reforma administrativa e regulatória do Japão, Taro Kono, dizendo que o destino dos jogos “poderia ir de qualquer maneira. Tudo é possível, mas como anfitriões dos jogos, precisamos fazer tudo o que pudermos, para que, quando for o momento, possamos ter uma boa Olimpíada”, disse Kono, de acordo com a agência de notícias.
Os comentários foram veiculados por diversos meios de comunicação em todo o mundo, pois é a primeira vez que um membro do alto escalão do governo dá a entender que os jogos adiados estarão acontecendo. Os comentários de Kono foram feitos cerca de uma semana depois de Dick Pound, o membro mais antigo do Comitê Olímpico Internacional, ter dito à BBC que acredita que não há garantia de que os jogos continuarão.
“Não posso ter certeza, porque a questão dos surtos de vírus ainda é incerta”, disse ele, lançando dúvidas sobre a ambição do presidente do COI, Thomas Bach, de que os jogos sejam “a luz no final deste túnel escuro (pandêmico).” Kevan Gosper, ex-vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional, disse também que as Nações Unidas podem ser o lugar para decidir o destino das Olimpíadas de Tóquio.