Nas instalações de imigração do Japão, 17 estrangeiros morreram nos últimos 15 anos. Em resposta a essa situação, as Organizações das Nações Unidas recomendaram ao governo japonês melhorias.
O vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da ONU, Sang Singh, deu seu recado. “Expressamos nossas preocupações tantas vezes que tenho certeza de que vocês estão levando o assunto a sério.”
Quais são as sugestões que da ONU
Dentre as melhorias sugeridas estão a forma de tratar os detidos, incluindo o tratamento médico. Para Sang Shin: “o Japão deve garantir que todos os detidos tenham acesso aos cuidados médicos de que necessitam. Esta é uma recomendação muito clara.”

Atualmente, existem 17 centros de detenção em todo o país. A última morte foi de uma cidadã do Sri Lanka, Wishma Sandamari (33), em um centro de imigração em Nagoya.
O caso foi amplamente coberto pela moda japonesa e internacional. Ela reclamava de sua saúde e solicitou liberdade provisória, mas não foi concedida. Wishma também queria receber um tratamento intravenoso, mas esse pedido também foi negado.

A cingalesa morreu em março do ano passado. A família está processando o governo por danos e pede cerca de 156 milhões de ienes. A maioria das mortes na imigração no Japão foram suicídios ou causadas por doenças.
O tratamento médico dos detidos, incluindo casos onde eles sobreviveram, tornou-se um problema grave. A família de Wishma, que permaneceu no Japão por causa do julgamento, está esperançosa.

A irmã mais nova de Wishma, Wayomi (30) disse: “Estou feliz com as recomendações vindas da ONU. Nossa família não quer que outras pessoas percam a vida, como aconteceu com a minha irmã.” A irmã mais nova, Polnima (28): “Quero ter alguém que fale nosso idioma, não em japonês. Especialmente quando estamos doentes, isso é muito necessário.”

Shoichi Ibusuki é o advogado encarregado de defender a família de Wishma e tem uma visão sobre o sistema. “Acredito que o sistema médico deve ser melhorado.” Ele aponta os problemas do controle de imigração do Japão.
Para Ibusuki: “Em primeiro lugar, não há controle judicial sobre detenção e deportação (forçada). Acho que é necessário mudar tudo, inclusive sobre quem pode ficar detido por muito tempo. O país tem a responsabilidade de proteger a vida e a saúde dessas pessoas, mas não estão cumprindo com essa responsabilidade.”

Qual é a reação do governo japonês às recomendações da ONU? O Ministro da Justiça, Harashi, disse: “Também estou ciente das recomendações feitas pelas Nações Unidas. Levamos as recomendações das Nações Unidas muito a sério. Mas hoje, estamos resolvendo cada caso de maneira individual.”

O advogado Shoichi Ibusuki, completou: “O Ministro da Justiça disse: ‘Aceito a recomendação da ONU.’ Eu gostaria que você realmente demonstrasse isso. Se ele diz que as medidas são baseadas em cada caso, mas há um problema com o próprio sistema. Então temos que reformar todo o sistema.”